Motor afogando, mistura rica, excesso de consumo
Motores de ciclo Otto injetados frequentemente apresentam falhas relacionadas com o enriquecimento da mistura. Um diagnóstico dos componentes, potenciais causadores desta deficiência, certamente indicarão as medidas a serem tomadas para eliminar o mal funcionamento.
Dica elaborada por Aparecido Oliveira – EAOL – Campinas
A seguir temos uma lista dos elementos que devem ser investigados:
- Medidor de massa de ar, MAP ou medidor de fluxo de ar com defeito. Afetados pela carbonização, óleo proveniente do blow by, poeira ou danos no componente, afeta a medição da carga do motor e consequentemente a mistura ar/combustível.
- Sonda Lambda defeituosa. Lembre-se, o sinal da sonda é influenciado por outras falhas como: entrada falsa de ar no coletor de escape ou admissão, mal contato nos conectores, aquecimento da sonda, condição geral do sistema e motor. Portanto, faça uma avaliação geral antes de substituir a sonda.
- Sensor de temperatura defeituoso ou mal contato nas suas conexões. O tempo de injeção pode aumentar drasticamente por uma falha de contato ou tolerância inadequada na resistência do componente, porém leve em conta também as deficiências do sistema de arrefecimento.
- Pressão de combustível alta. A pressão alta geralmente é causada pelo entupimento da mangueira de retorno ou regulador defeituoso, desajustado, aplicação errada.
- Fuga de combustível no regulador de pressão. Retire a mangueira da câmara de vácuo do regulador, não pode haver vestígio de combustível aí.
- Válvula de injeção gotejando. Remova o tubo distribuidor sem desmontar os injetores. Com o sistema de combustível pressurizado observe a estanqueidade dos injetores por cerca de um minuto. Caso haja falha, faça a manutenção das válvulas com um equipamento de ultrassom, se persistir o defeito substitua a válvula.
- Válvula de injeção incorreta, maior vazão. Confira a aplicação, teste a vazão da válvula com um equipamento apropriado.
- Entrada falsa de ar no coletor. Isto provoca uma adaptação distorcendo a relação da mistura. Verifique as mangueiras, conexões e demais componentes ligados ao coletor como: válvulas do canister, EGR, da partida a frio, etc.
- Falha de ignição. Vela, bobina, cabo de ignição defeituosos também provocam adaptação irregular da mistura. O funcionamento do motor com mistura rica tende a carbonizar e acentuar a formação de fuligens nas velas. Portanto, seja cauteloso ao determinar se é a vela a causadora da falha ou a sua inoperância é causada por outros elementos como: baixa combustão, ponto de ignição inadequado, sistema de arrefecimento, e outros aqui citados.
- Defeito do motor. Um exame das velas e do vácuo no coletor dará uma impressão geral sobre as condições de funcionamento do motor, porém não deixe de verificar a compressão e vazamento de cilindro, correia dentada, sistema de arrefecimento do motor.
- Mal contato das conexões massa da unidade de comando. Esta falha é bastante comum e pode alterar o acionamento do injetor, a carga da bobina de ignição, sinal da sonda lambda, etc. Revise e teste todas as conexões a massa. Limpe as superfícies de contatos e reaperte os parafusos.
- Qualidade de combustível. Teste o combustível e se necessário esgote o tanque e reabasteça com combustível normalizado.
- Verifique também a tensão de alimentação da unidade de comando e dos sensores. Tensão baixa provoca distorções nos sinais e no funcionamento dos atuadores.
Regulador de pressão VW-Polo
E o mais importante de tudo!
Todas as vezes que ocorrerem defeitos como estes o combustível não queimado acumula no óleo do cárter, e se vaporiza ao aquecer o motor. Aspirados em excesso através da mangueira de respiro, conhecida como blow by, enriquece a mistura e faz o motor falhar. Neste caso é conveniente desconectar a mangueira do blow by no coletor (não se esqueça de colocar um tampão no orifício deixado no coletor) durante o diagnóstico e após eliminar a falha troque o óleo do motor.