Por Fábio Ribeiro von Glehn
Quando eu comecei a ministrar cursos de injeção eletrônica eu usava em sala de aula os diagramas elétricos que as montadoras forneciam aos seus concessionários e por vezes a dificuldade em ler aqueles diagramas tomava mais tempo da aula do que o entendimento do sistema em si. O diagrama mais atrapalhava do que ajudava. Vou representar um diagrama com exemplos de “nós” para explicar o que acontecia.
Na figura a unidade de controle A se comunica com os componentes B, C, D, E e F e as linhas representam a fiação elétrica. Observe a parte central do desenho como fica. Esse trançado de linhas é o que eu chamo de “nós” e em sala de aula esses “nós” funcionam como ruídos no processo de ensino-aprendizagem.
Então parei para pensar numa solução e resolvi apresentar a mesma informação em um outro leiaute:
Veja que agora é possível isolar facilmente um componente, como se colocássemos uma máscara que deixasse aparecer somente o componente que estivéssemos estudando, por exemplo, vamos escolher o componente C.
Mais tarde, quando comecei um mestrado que infelizmente não cheguei a terminar, tive que trabalhar com o LabView e era incrível o que essa ferramenta proporcionava e o quanto de lixo os projetos continham e de repente surgiam como que por encanto quando eu começava a simplesmente a desfazer os “nós”.
Vinte e cinco anos depois, as montadoras e muitas empresas continuam trançando linhas em seus diagramas elétricos. Já o diagrama destrançado além de ser muito mais fácil de aprender, é muito mais fácil de consultar, até mesmo em um smartphone. Eu fiz um exemplo de um módulo com 14 ligações, agora pensa na bagunça em módulos que operam com mais de 100 terminais!
Quem elabora o projeto precisa avaliar que um dia ele vai deixar aquele projeto para outro dar continuidade, ou então que a manutenção será realizada por outra pessoa e os lay-outs precisam ser claros, objetivos e de preferência, sem “nós”.